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Comprometimento, Promessa e Dívida |
Amigos
e leitores escreveram solicitando que continuasse com o
tema COMPROMETIMENTO. Especificaram a questão da
PROMESSA.
Algumas
pessoas têm dificuldade em assumir comprometimento
por medo das promessas que irão realizar. Não
necessariamente por que não sabem o que fazer e como
fazer, mas pela possibilidade de ficar em DÍVIDA
com alguém. O medo de contrair dívidas está
também associado a cobranças que possam passar
a existir.
Dívida
é DEVER. Quem tem uma dívida tem um dever
de realizar algo para pagar aquela OBRIGAÇÃO.
São essas duas palavras que assustam as pessoas –
DEVER – OBRIGAÇÃO. É justamente
nesse momento que o medo fica mais forte. E se eu não
puder pagar minha dívida? Se não puder cumprir
com a minha obrigação? E se me cobrarem, como
eu cobro os outros?
Pensando
melhor, é mais fácil não se comprometer.
Assim não terei dívidas nem obrigações.
Fico livre da pré-ocupação de cumprir
algo. Fico sem nenhuma responsabilidade.
Em contrapartida, quem não se compromete, não
participa. É verdade que não corre riscos,
também não aceita desafios. Não será
nunca parte integrante das decisões, não se
sentirá influenciador e transformador. Não
terá com o que vibrar. Não terá por
que lamentar ou comemorar. Não aprenderá.
No
desenvolvimento das organizações dois segmentos
merecem uma atenção especial quando falamos
de comprometimento. Os profissionais da área de Recursos
Humanos e os Líderes de maneira geral.
Líderes
e profissionais da área de RH precisam estar comprometidos.
Eles são modelo e exemplo. Eles estão apontando
para o norte da Organização. Dificilmente
serão atingidos resultados significativos se esses
dois segmentos não estiverem comprometidos. A idéia
é clássica, antiga mas encontra muitas dificuldades
na sua implementação. As razões são
as mais diversas, o medo pessoal, individual e intransferível,
parece ser uma delas. Existe, entretanto, uma razão
que vem despontando como fundamental, mas que as organizações
não dedicam maior atenção: a necessidade
das pessoas sentirem-se parte da construção
dos objetivos globais. Elas têm que se sentir, autoras
da música, o maestro e o concertista, caso contrário
terão dificuldade em assumir as promessas que realizam.
O discurso soara falso. A organização opta
pelo desenvolvimento mas, não sai do “estacionamento”.
Comprometer-se
significa aceitar desafios e correr os riscos do novo, daquilo
que será determinante no futuro. Comprometer-se significa
aceitar riscos inerentes ao desenvolvimento. Não
correr riscos, não aceitar desafios implica em ficar
parado no tempo e no espaço. Implica em não
evoluir.
Algumas
pessoas têm medo do futuro. Esse lugar nebuloso, escuro,
contraditório, desconhecido, ambíguo. Fica
aqui o primeiro desafio deste texto – QUEM NÃO
SE COMPROMETE TEM MEDO DO FUTURO?
Outra
questão que provoca temores é a da responsabilidade.
Gostamos de ser responsáveis quando dominamos tudo
que está em volta daquela situação
ou da ação. Ser responsável é
responder pelos seus próprios atos. Convenhamos,
é muito mais fácil atribuir aos outros a responsabilidade
do que assumirmos a nossa. É muito mais simples atribuir
a culpa aos outros.
Quando
não temos a quem culpar ou responsabilizar precisamos
olhar para dentro de nós mesmos e refletirmos sobre
tudo que envolve aquelas ações: valores, atitudes,
comportamentos, escolhas, livre - arbítrio etc. Podemos
nesse momento descobrir algumas coisas para as quais julgamos
não estarmos preparados. Podemos adiar essa reflexão
por algum tempo, mas não eternamente.
Sempre
chega aquele dia para cada um de nós – e não
adianta fugir - em que teremos que optar pelo desenvolvimento
ou pelo estacionamento. Ou... A partir desse momento seremos
responsáveis pelo futuro. Vamos começar a
pagar as dívidas que vamos adquirindo durante a vida,
sejam elas bem ou mal contraídas. Vamos aprender
a assumir os novos compromissos, aceitar nossas próprias
responsabilidades e ficarmos comprometidos. Ou... ficamos
parados; a decisão é sempre nossa. Não
pode ser transferida.
A
opção pelo desenvolvimento é um atributo
do ser humano. Optar pelo ficar parado no aqui e agora,
também é humano.
Então
podemos escolher. Comprometimento, promessas, dívidas,
obrigações, responsabilidade, desenvolvimento,
vida e sucesso, ou não comprometimento, nada,
nadinha, nada de nada, nadicas de petibiribas, ôôô...
vidinha chata.
Armando
Ribeiro |