Voltava
da minha caminhada diária quando fui surpreendido
por uma daquelas pancadas de chuva de verão. Abriguei-me
embaixo de uma marquise e junto comigo estavam uma menina
de aproximadamente seis anos e sua mãe. O diálogo
entre as duas:
Menina: Mamãe olhe lá,
é o vovô do outro lado da rua! Com um sorriso
e muita euforia.
Mãe: Então vamos até
lá querida!
Menina: Mas está chovendo,
vou me molhar!... disse, com alguma tristeza.
Mãe: Lembre-se minha filha
da Fada da Chuva, vamos nos molhar um pouco, mas com certeza
ela nos protegerá.
Segundos depois; passos acelerados e o encontro do avô
com sua neta, seguido de um inevitável abraço
afetuoso e carinhoso.
Nunca imaginei que existia uma Fada da Chuva. Mas a lição
da mãe serviu-me de algo para este texto.
Se quisermos atravessar de um lado para outro, promovermos
alguma mudança em nossas vidas ou nas organizações
onde atuamos, se estamos no aqui e agora e queremos chegar
lá onde bons resultados e sucesso nos esperam; então
é preciso:
- Construir uma visão muito clara do resultado que
pretendemos atingir. Na nossa visão de futuro deve
haver sucesso, comemorações e muita alegria.
- Saber que a travessia de um presente, o aqui e agora,
para o futuro, exige invariavelmente sair do conforto, do
abrigo e arriscar-se a algumas perdas. Riscos são
necessários. Molhar-se faz parte do processo.
- Planejar seus passos rumo ao objetivo. Saber que embora
vá sentir algum desconforto durante a travessia,
é importante manter o foco no resultado. Ajuste sua
caminhada, mais ou menos rápida, direta ou por atalhos.
Lembre-se sempre da sua visão de futuro.
- Aprender com os erros já cometidos e buscar a proteção.
Incentivo e motivação fazem parte desse processo.
Muitas vezes não basta ter um planejamento fantástico.
Pense muito no que você acredita, para alguns é
preciso ter fé.
- Lembrar de pedir ajuda nessa travessia, acredite em quem
já esteve lá. Apenas dê uma chance a
si mesmo e faça valer suas parcerias.
No
caso da nossa dupla – Mãe e filha - nunca imaginei
que uma simples frase pudesse colocar todo um processo de
realização em jogo. A Fada da Chuva que eu
não conhecia estava presente como uma estratégia
para o impulso inicial. Pode ser que durante a travessia
na conversa de mãe e filha estivessem também
os duendes das poças d'água. Somente elas
poderiam dizer.
São dessas pequenas histórias que aprendemos
que do outro lado da rua poderá estar algo novo a
nos esperar.
A propósito, nas minhas pesquisas não encontrei
a Fada da Chuva, mas a das Águas. Seu nome: Habundia.
Coloque suas fadas e duendes para trabalhar.
Armando
Ribeiro |