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Mulher e Inovação - Uma Perspectiva |
O
que quer dizer INOVAÇÃO? Uma nova ação.
É muito difícil relatar, de forma fidedigna,
ações novas nas organizações,
como numa escola, por exemplo. Se nos remetermos à
História do Brasil, podemos checar que, desde o início,
não tivemos uma educação de acordo
com as nossas reais necessidades. A educação
já surgiu aqui com interesses escusos, na época
dos jesuítas; de lá para cá, podemos
ter modernizado muitas coisas; porém, em relação
a estrutura educacional continua a mesma.
Desde
a longa Idade Média que nada mudava; após
algum tempo, a prática começou a se alterar,
e num ritmo muito acelerado: a burguesia, o surgimento do
capitalismo, a transferência de poder, o Renascimento,
as Grandes Navegações, a Revolução
Industrial e as guerras mundiais.
Com
o advento da segunda guerra mundial, os homens iam para
as batalhas, e mulheres assumiram um novo papel na sociedade;
de senhorias, passaram a administrar as fazendas e os engenhos,
dedicando menos tempo aos seus filhos, e ingressaram no
mercado de trabalho. Atualmente, podemos dizer que a mulher
ocupa e representa 50% da humanidade. A intuição
feminina já é um dos quesitos mais procurados
nas grandes empresas. Conseqüentemente, as organizações
já estão inovando e a escola deve estar preparada
para mudanças: junto com a mulher, no mercado de
trabalho, vem a intuição, um conceito de poder
mais horizontal, de solidariedade, um sentido de amor maior,
de que tanto a sociedade necessita. Como será, pois,
isso trabalhado na escola?
Enquanto
essa guerra estava acontecendo, ocorriam também muitas
outras: conquista de espaços, queda de fronteiras,
novas tecnologias, avanços na comunicação
e na medicina. O capital começou a girar no mundo
e trouxe várias outras conseqüências.
A
tecnologia deve ser usada como um recurso, uma ferramenta
que melhore o desenvolvimento e o crescimento das pessoas;
entretanto, com a tecnologia vem o desemprego e surge uma
nova tendência: do emprego não-formal e do
empreendedorismo, no qual o indivíduo necessita da
autogestão, sem buscar dependência alheia.
Portanto, as organizações devem saber orientar
os seus colaboradores para cumprir esta demanda.
Há
também um outro lado do ser humano, que se inicia
em casa, mas que a escola deve ajudar a lapidar para atuar
na sociedade: o voluntariado, a era holística, o
envolvimento com diferentes culturas. A mais importante
de todas as missões dentro de qualquer instituição
e organização é o aprender a aprender,
aprender a pensar; para dar conta de um mundo que muda e
inova, amontoando informações em frações
de segundo, é preciso saber o que fazer.
Temos
já alterações na área acadêmica.
Antes se fazia na escola puramente a educação
formal; atualmente, cabe a ela a educação
formal, informal, moral, social e até mesmo emocional.
E a formação de nossos profissionais para
tais inovações?
Tenho
consciência de que nada adianta a lamentação
sem a ação. Porém, quis fazer essa
introdução para fugir das demagogias e descrever
o que podemos de fato realizar.
Na
verdade, a primeira pessoa, que deve se conscientizar sobre
mudanças e inovações, é o próprio
indivíduo; é ele o cerne do processo, é
quem irá realmente realizar inovações
e mudanças, pois é intrínseco. A decisão
sobre a inovação na escola cabe ao diretor,
assim como nas organizações ao gestor, mas
precisará da equipe toda para realizá-la.
Então, o primeiro passo é conscientizar os
colaboradores e demais profissionais, bem como criar a cultura
para inovações.
A
inovação é uma necessidade de tempos
em tempos; é como o ciclo natural das empresas, para
não falirem. Na escola, mais ainda, pois deveria
ser ela a indicar mudanças para uma sociedade melhor
na pós-modernidade. Infelizmente, é a sociedade
que cria nas escolas a necessidade de mudar. O fato está
posto; é dentro dessa realidade que temos de inovar.
Antes
de tudo, o que se deve resolver em relação
à inovação é a comunicação.
Normalmente, as pessoas são resistentes às
mudanças e inovações, mas é
necessário o comprometimento de todos os envolvidos
para o sucesso do processo. Considerando que cada um atua
diante do seu modelo de mundo, esclarecimentos, treinamentos
e formação são imprescindíveis.
É imprescindível o cuidado com a questão
democrática, para implantarmos mudanças e
inovações. O quadro de colaboradores necessita
de preparo e de convite para ser também um agente
de inovação; todos devem ser agentes de transformação.
As
inovações devem ser planejadas em conjunto
com todo o quadro funcional, considerando as mudanças
já ocorridas e as que estão em processo, na
sociedade e no mundo. É preciso trabalhar para que,
em primeiro lugar, a inovação ocorra internamente
dentro de cada um; assim, ninguém ficará na
dependência alheia de mudanças.
Devemos
considerar os avanços tecnológicos, a informação
instantânea, a mulher no mercado de trabalho, a criança
que está interagindo cada vez menos com as pessoas
e os brinquedos, atuando mais num mundo virtual do que num
mundo real e é esta criança que estará
frente as organizações num futuro muito próximo.
Considerando as mudanças no mundo e na sociedade,
não podemos deixar de considerar as alterações
dos jovens e das crianças, que passam por uma enxurrada
de informações, sem tempo de processá-las;
é o mundo do instantâneo e do descartável.
A
escola fica sempre correndo atrás de alternativas
para uma formação completa e coerente de nossos
alunos, pois depende de um certo tempo para implantar mudanças
e inovações de forma democrática. É
diferente de uma empresa comum, com mercadorias e produtos,
na qual tudo acontece de forma mais simples e rápida,
pois se inova, coloca-se em teste, aprova-se e pronto: inovado
o mercado.
Na escola, discute-se a inovação, prepara-se
o pessoal, coloca-se em prática; porém, só
teremos o resultado após, pelo menos, oito anos,
quando teremos ou não a certeza de que passou pelo
“controle de qualidade”.
Portanto,
o setor técnico administrativo deve estar bem alicerçado
diante das inovações, pois serão os
líderes condutores e incentivadores do quadro funcional
e demais funcionários, além do diretor geral.
Na área administrativa, as atitudes devem ser objetivas,
para bom acompanhamento das estratégias; caso contrário,
poderão acontecer sérios problemas.
Diante
de tais colocações, devemos ver tudo como
um processo, permanente, como uma espiral que sempre vai
e volta, mas num nível diferente, num nível
mais avançado.
E
tudo regado a muita paixão pelo seu próprio
trabalho.
Noeli
Marangoni Gilioli
email: noeli@escolaterramater.com
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